13.7.07

bang bang

hoje eu acordei com uma preguiça enorme de ir à aula. mas lembrei que era sexta-feira, que era aula do J.M e fiquei até com o coração apertado de pensar que semestre que vem não terei mais aula com ele.

J. M é, indiscutivelmente, o melhor professor que eu tive na faculdade até hoje. deu aula para minha sala quatro semestre seguidos, e foi quem me fez perceber como eu nasci para ser uma socióloga/antropóloga. não é à toa que ele é meu orientador de monografia, e cacique supremo do cevio.


estávamos discutindo o livro da maria sylvia de carvalho franco, falando de como a sociedade brasileira era violenta em todas as classes, e blá blá blá, que o caipira não era pacífico coisa nenhuma, blá blá, que até nos momentos lúdicos havia violência... e um menino da minha sala vira e fala:

menino: na música caipira mesmo a gente percebe essa violência
eu: numa dessas que o chico mineiro morreu.
jm: tá certo. é isso mesmo, só que a gente tem que pensar na música caipira mesmo, não nessas músicas de corno.

daí geral riu e ele continou:

jm:por que vocês estão rindo do corno? o corno é importante também. como não? todo mundo já foi corno. adultério, grande motivo para crimes passionais, né, marina?

classe toda se vira e olha para mim:

eu-corada-e-sem-graça: é demais
jm: não perguntei isso para ela porque ela foi corna, é porque a monografia dela é sobre crimes passionais. se bem que eu nem sei se ela foi corna. você já levou uns chifre, marina?
eu: já demais
jm: quantos? uns 10 pelo menos? não ri, gente, todo mundo já foi corno.
eu: uns 3 eu garanto
jm: e teve vontade de dar uns tiros?
eu: vontade dá, né? mas não vale a pena
jm: mas que isso? não valia nem as balas?
eu: nem as balas...
jm: e o atual agora, vale as balas?
eu: espero que não precise dar tiros, né?
jm: tá certo...

ah! semestre que vem não vai ser tão legal quanto esses. não mesmo.

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