22.12.05

natal!

Este, muito provavelmente, será o ultimo post desse ano nesse humilde folhetim.

Eu desejo a todos os meu leitores, um feliz natal e um bom ano novo.

Comam muito, bebam muito se divirtam muito, porque com certeza, eu também me divertirei.

Boa viagem para mim. E bom fim-de-ano para todos.

\o/

21.12.05

gribada bãe.

é, a gripe me pegou. eu não sei o que me acontece mas toda véspera de natal a gripe me pega de jeito. o pior é que quando eu fico assim eu me sinto um tubo de ensaio cheio de viruzinhos tirando onda com a minha cara.

mas tudo bem, nada que ficar debaixo das cobertas tomando leite com canela, e lendo C.S Lewis não resolva.

ah! chegou o meu primeiro presente de natal, os dois CDS do [the] Scope, a banda mais indie de portugal. cd, autografado e tudo, daqui alguns anos será o produto mais caro no e-bay. depois eu tiro uma foto e coloco aqui, morram de inveja da dedicatória:

To the #1 indie girl in brazil A.K.A Marina Remy

Cara, o nuno macmillan é o indie portuga mais divertido do mundo. E a única pessoa a me dar presente de natal. \o/

E não se esqueçam de continuar ajudando o paulinha aid.

hoje com post meu lá.

20.12.05

calça cáqui

É impressionante o quanto o meio simplesmente interfere na formação das pessoas. E quando somos crianças, a educação recebida pelos nossos pais, nos transformam por completo. Mas não é só isso: O fator personalidade é gritante, porque senão todos os irmãos seriam idênticos.

Eu tenho certeza que eu só sou o que eu sou hoje por pura e simples culpa dos meus pais. Eu tenho muita sorte de ser filha de quem eu sou. Meu pai é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Meu pai é o melhor jornalista político que esse estado já teve. E minha mãe, por outro lado, sempre foi o tipo de mulher forte.

Meus pais nunca deixaram meus irmãos e eu acreditarmos em Papai Noel, Coelho da Páscoa, ou coisa que o valha. Desde que eu me entendo por gente eles sempre fizeram questão de nos contar a verdade, e sempre nos contaram que Papai Noel era eles que trabalhavam e compravam os nossos presentes.

Então, nas festas de Natal em família, eu só sentia pena das minhas priminhas por serem tão enganadas assim pelos pais. Ficava na minha e não estragava o Natal de ninguém. Mas no fundo eu me sentia tão superior por saber a verdade e não ser uma idiota.

Com Deus aconteceu à mesma coisa. Meu pai ateu, e minha mãe crente em Deus, mas nunca seguidora de qualquer que fosse a religião. Meus pais sempre acreditaram que se um dia nós quiséssemos nos encontraríamos em alguma doutrina. Foi o que aconteceu com os meus irmãos (um crente o outro daimista), não foi o que aconteceu comigo.

A minha relação com Deus sempre foi igual à minha relação com o bom velhinho. Acho que Deus foi uma instituição criada para levar conforto, só que ao invés de ser uma vez por ano - igual ao papai noel - é sempre que o crente desejar. E para falar a verdade, eu ainda conservo aquele sentimento de superioridade de saber a verdade, e as outras pessoas não.

Mas não é porque não existiram dogmas na minha infância, que eu não tenho imaginação. Muito pelo contrário. Meu pai desde que eu aprendi a ler sempre me empurrou livros à goela a baixo. Minha mãe quando eu era novinha leu a coleção do Monteiro Lobato todinha para mim. Quando meu pai e minha mãe se divorciaram, eu herdei a maioria dos livros dele. Até os 13 anos eu era uma verdadeira autistinha. Minha imaginação e a minha memória são as coisas que eu mais gosto em mim.

Até hoje eu adoro contos de fadas - aliás, estou lendo As crônicas de Nárnia inteira. Até hoje eu sei ver fantasia em tudo. Sei ter mundos paralelos e escrever um monte de coisa que eu não mostro para ninguém. Sei ver graça atrás de qualquer coisa, e em qualquer livro infantil. Sou capaz de chorar no Menino Maluquinho 2 e adoro brinquedos coloridos.

E as minhas primas? Bom foi frustrante descobrir que Papai noel não existia. E acho que elas perderam a capacidade de imaginar. Todas - e eu não estou brincando - fizeram plásticas, colocaram silicone, pintaram o cabelo de loiro. TODAS morrem de medo de ficar para titia e namoram há anos com seus namorados sem graça, que usam calça cáqui com blusa social e sapatênis. E eu prefiro perder um braço que namorar alguém que use sapatênis
Todas almoçam com a sogra e depois falam mal da comida; todas vão às lojas americanas olhar preço de louça e nunca olham os brinquedos.

Todas rezam todos os dias para Deus não as deixaram solteiras. Todas são pessoas vazias, fracas e sem um pingo de imaginação. E não pode existir nada mais triste no mundo que alguém que não tem imaginação. Graças à mamy and dad eu fui salva. Obrigada.

17.12.05

A casa dos budas ditosos!

Ontem Nayara e eu fomos ao teatro assistir A casa dos budas ditosos, peça adaptada do romance homônimo do João Ubaldo Ribeiro. A peça é com a Fernanda Torres e é ótima. Um pouco chocante, mas ótima.

A censura é de 18 anos, e sei lá, acho um pouco certo. É muito forte, um linguajar totalmente chulo e umas histórias cabulosissímas. Mas vale muito a pena, porque a interpretação é fantástica; a adaptação perfeita; a montagem simples mas bem intensa. Adorei.

Tava até comentando com a Nayara a falta que essas coisas fazem em Goiânia: uma vez na vida outras na morte que as peças de teatro chegam por aqui, as pessoas não têm o hábito, tampouco em Uberlândia.

Uma vez, há uns dois anos atrás, eu a Luana e o Daniel estávamos de bobeira em Brasília, e acabamos sem querer numa exposição de fotos de polaroide do Andy Warhol. Ta vendo? É desse tipo de coisa que eu sinto falta nas minhas duas cidades.

Paciência, menina branca. É só a graduação passar que eu largo essas duas roças!

15.12.05

Baby Bing!

Já dizia Vinícius de Moraes: O whisk é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado.

Ele estava mais que certo. Só 5 copos de whisk para alguém agüentar um desfile beneficente do hospital do câncer.

Minha mãe me obriga fazer cada coisa.

:~

14.12.05

Tom Jobim - Anos Dourados

como disse um amigo meu esses dias: "essa música é bonita de doer"

concordo total

Parece que dizes,
Te amo, Marina
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões no gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor.
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
É desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos dezembros
Mas quando eu me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais.

13.12.05

Cruel to be kind.

Cara, minha mãe não quer nem saber se eu estou de grérias, me colocou para trabalhar legal. Agora todos os dias eu acordo às 7:00, fico na agência das 8:00 até às 19:00. Todos os dias! Para meus amigos de faculdade que não conseguem entender Karl Marx, fica aí a dica: exploração da classe dominada (eu) pela classe dominante (minha mãe). Saco!

Mas até que não é ruim. Ao invés de ficar o dia todo no msn comendo, eu fico o dia todo no msn, er, trabalhando. Eu não sei o que leva uma pessoa a pagar 5 anos de faculdade de publicidade se nem ao menos consegue crasear uma frase. É o que eu sempre digo: só burro paga. O pior é corrigir erros de quem ganha mais do que eu. Quer dizer, eu não ganho nada. Trabalhar para progenitores é assim, eles acham que você não faz mais que a sua obrigação.

Mas eu não me importo. Só fico um pouco chateada de levar 4 dias para ler um livro que eu leria em 2 se tivesse mais tempo. Falando nisso, terminei o "Relatos da Segunda Guerra - vol 1" do Sir Churchill, claro que agora só faltam mais 5 volumes, mas ainda não foram lançados.

O livro, para quem gosta de História que nem eu,é perfeito. Um relato de quem era primeiro-ministro da Inglaterra no período da Segunda-Guerra, de quem REALMENTE presenciou tudo de mais importante. É algo que todo mundo devia ler.

E terminei ontem também o segundo volume do Mochileiro Da Galáxia - O restaurante no fim do universo. Gostei mais ainda que o primeiro. Engraçadíssimo, O Douglas Adams realmente tinha uma imaginação prodigiosa.

Ah! O humor britânico. Como não amá-los? Fica aí a dica para quem não tem mais nada o que fazer.

12.12.05

só burro paga!

Cansei de ser inteligente. Na próxima encarnação vou pedir para nascer bonita.

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.
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Palmitos me esperam em casa. \o/

10.12.05

parece...

O nada parece certo, tudo é contrário além do avesso.
Mas parece normal, parece até fácil, só não parece medo.
Tuas desculpas parecem as mesmas, a intenção é que parece boa.
A saudade é infinita, parece dor, parece tudo!
E você não aparece nunca...
O espelho parece velho, e a música parece muda.
Teu adeus parece eco, é mais, é fim.
E meu dia é lento, sem você tudo parece nada.
A tua ida parece filme, tua volta parece vida.
Mas você parece longe.
As janelas parecem muros, e para dor não aparece cura.
Minha casa parece escura, teu silêncio, solidão.
Os meus olhos parecem cegos, e a vida já parece castigo.
Tua falta é mais que dor, parece pior, parece fogo.
E a dor parece você.
As fotos parecem passado,e o futuro não existe mais.
Os beijos só deixaram o gosto, e o gosto parece resto.
Mas as brigas parecem ciúmes, teu ciúmes parece secreto.
Tuas mentiras parecem verdades, o tom é que parece falso.
E eu pareço brinquedo.E nós dois parecemos jogo. A vitória parece tua.
Mas ainda se sente ouro, e me faz parecer lixo.
As cartas parecem vazias, o vinho parece ilusão.
Os rios parecem ruas, e as ruas são o único caminho.
Tua força é meu fracasso.
E nossa história parece festa, para mim, parece a minha.
As noites são frias, sem você tudo parece medo.
Os dias parecem anos, tudo volta, a mentira.
O tempo parece cansado e o cansaço se parece comigo.
Meu amor é que parece nada.

9.12.05

Eu sou uma pessoa meio tímida. Bem tímida. BASTANTE tímida. E por eu ser assim, a maioria das pessoas tem uma visão totalmente errônea de mim. Sei lá, acha que eu sou má; que eu quero que todo mundo morra de câncer lentamente; ou que eu odeio tudo e todos de graça. E isso não é nem um pouco verdade.

Eu me expresso muito com "eu odeio", mas ao mesmo tempo quando eu gosto de alguma coisa eu falo "eu amo". Falo mais para coisas do que para gente. Mesmo porque eu acho que amor entre pessoas um lance muito mais complicado.

Quem me conhece sabe que eu sou "garota da bolha". Todos sabem quem são meus amigos, e só não falo também, que sabem quem são meus inimigos. Porque para mim quem têm inimigos são: políticos, coronéis, super-herói ou pistoleiros. Pessoas normais têm desafetos, ou simplesmente não gostam umas das outras.

E eu não gosto de bastante gente, falo mal mesmo e meu cu. Algumas são com conhecimento de causa, e aí que eu falo mesmo, principalmente para elas. Outras são simplesmente porque os santos não bateram. E aí eu também falo.

Mas eu tenho uma qualidade: eu sempre dou uma segunda chance. Porque às vezes, as pessoas podem me parecer, em uma segunda impressão, que valem a pena. E foi assim com um monte de gente. Com a Nayara, com a Juliana, com o Raichu. E eu tenho certeza que várias delas tiveram a mesma coisa coisa comigo. E essa é a única situação que eu gosto de estar errada.

Mas nem sempre isso é possível. Tem uma menina que a primeira impressão que eu tive dela era que ela tinha um olhar de louca, era cafetina, e muito deslumbrada. Depois tive a oportunidade de conversar com ela. Juro, que mudei minha opinião. Fiquei pensando até que eu tinha sido injusta. Mas passados dois dias, ela só me provou que além de tudo o que eu já achava, ainda era: manipuladora, mentirosa e traíra.

Não gostei de estar certa. Poderia ter sido outra Juliana, ou Nayara na minha vida. Mas ao invés disso, é o tipo de pessoa que eu quero o mais longe possível de mim.

Por isso que não dá para generalizar nenhum tipo de pessoa. Só conhecendo para se saber. Eu sempre dou segundas chances, e espero que muitas pessoas me dêem segundas chances também. Porque é assim que são as relações humanas. E é inútil tentar generalizar. Ou entender de cara, só vivendo.

8.12.05

Legalização do aborto, já!

A última história do blog da Paulinha me deixou um pouco assustada. Confesso que eu nunca gostaria de presenciar alguém colocando uma criança de 5 meses para fora. Mas isso ao invés de mudar o meu discurso sobre o aborto, só fez aumentar a minha vontade de ser uma ativista no assunto.

Eu não sei porque diabos o aborto é crime. Quer dizer, até sei. Mas é tão ridículo o motivo, que realmente não entra na minha cabeça. Ai meu Deus é uma vida que você ta matando; a criança não tem culpa da burrice alheia; o Estado não pode ficar pagando para mulheres matarem os seus bebês. Bullshit.

Isso é puro sensacionalismo. Eu, particularmente acho, que o que o Estado não pode fazer é obrigar alguém a ter um filho, se ele não cumpre o papel de dar, pelo menos, o mínimo possível. E também acho lobby religioso um desaforo. E daí que a maioria do Brasil seja católica e que para os católicos aborto seja crime? Esse fato se dá mais por acidente histórico do que por qualquer outro motivo. E daí que para os espíritas seja a reencarnação de alguém? Foda-se! E os ateus? Como é que fica?
E outra, o Estado é laico - ou pelo menos deveria ser.

Aí eu faço um discurso assim, e geral sai achando que o que eu quero é comprar uma 38 e sair atirando em crianças. E não é essa a questão. Eu não sou uma homicida em potencial. O problema é que pobre se fode enfiando citotec em qualquer buraco, enquanto todo mundo sabe que é só ter grana, que o aborto é feito pelo próprio ginecologista.

E é óbvio que eu não quero que o aborto seja banalizado. Ninguém merece ser uma Dercy Gonçalves da vida que se gaba de falar que fez 150 abortos.
Se estivesse nas minhas mãos a oportunidade de ser a redatora da lei, seria mais ou menos assim:

- Toda a mulher tem direito assegurado por lei de interromper a gestação até o terceiro mês , quando o embrião ainda não virou feto.

- Tem que ser maior de idade, ou com autorização dos pais.

- Tem que ter a autorização do pai da criança, se ele não aparecer para autorizar ou não autorizar, prevalece a vontade da mãe

- Depois do aborto a mulher deve ter ajuda psicológica, e esclarecimento preventivo.

- Reincidentes no SUS não serão aceitas.

- Só poderá ser feito abortos - particulares ou públicos - com médicos especializados.


Pronto. Além de diminuir o gasto com abortos mal feitos. Geraria mais emprego, menos acidentes, menos mães que não podem criar um filho com tudo que ele exige. Agora pensar: "ah se eu tivesse sido abortado", "ah se meu sobrinho tivesse sido abortado". Isso é pensar de uma maneira muito mais individualista, do que alguém que tira uma criança

Garanto que se fosse legal o que eu falei, não teria acontecido o que aconteceu na pensão da Paulinha. E não existiria uma criancinha de 5 MESES, tentando ficar viva! Porque isso sim é muito triste.

Não sou assassina de crianças. Nunca fiz aborto, mas também nunca fiquei grávida em situação adversa. Mas eu tive a oportunidade de ter educação, e quem não teve?

6.12.05

tempo amigo seja legal.

Eu ando completamente sem ter o que escrever por aqui. Porque na verdade, essas férias forçadas, são me dão oportunidade de fazer o que eu gosto. E todos sabem, que depois de livros, coca-cola, cerveja, filmes e Harry Potter o que eu mais gosto de fazer é usar o espaço desse humilde folhetim para reclamar.

Como eu tenho todo o tempo do mundo para ler; meus rins em perfeitas condições para beber coca; amigos para cerveja; tv a cabo e home theater e muitas novidades sobre Harry Potter, não perdi o gosto pela bela arte de reclamar. Só não tenho mais motivos.

Eu poderia dar dicas sobre os livros que eu ando lendo. Ou fazer críticas dos filmes que ando vendo, falar sobre lugares que ando indo. Mas, sinceramente, eu não ando com vontade de ser um bazar de dicas culturais ultimamente. Quero só que chegue dia 23 logo para eu viajar e que o ano acabe. Porque eu já cansei de 2005.

Quando eu estiver de mal com a vida eu escrevo. É bem verdade mesmo, é muito melhor escrever quando se está chateado, porque alivia. Quando está tudo bem, é difícil transparecer isso em escrita, porque acaba virando uma coisa "alecrim dourado". E ser Poliana é um saco.

5.12.05

Agridoce - Pato fu

Por que você às vezes
Se faz de ruim?
Tenta me convencer
Que não mereço viver
Que não presto, enfim

Saio em segredo
Você nem vai notar
E assim sem despedida
Saio de sua vida
Tão espetacular

E ao chegar lá fora
Direi que fui embora
E que o mundo já pode se acabar
Pois tudo mais que existe
Só faz lembrar que o triste
Está em todo lugar

E quando acordo cedo
De uma noite sem sal
Sinto o gosto azedo
De uma vida doce
E amarga no final

Saio sem alarde
Sei que já vou tarde
Não tenho pressa
Nada a me esperar
Nenhuma novidade
As ruas da cidade
O mesmo velho mar