29.12.12

O dia em que quase virei sopa de batata.

eu ia escrever um post aqui explicando todo esse 2012. todo esse horror, sabe. uma coisa assim para vocês pegarem lencinho e chorar. mas isso ficou para segundo plano depois do que me aconteceu hoje.

eu tenho dor crônica. começou há quase três anos. tem até uns post sobre isso anos atrás quando eu achava que era um leve torcicolo. quem me acompanha no twitter deve ter percebido que, no último ano, minha vida foi uma peregrinação em  médicos, fisioterapeutas, acupunturistas. eu também sofro de algo chamado disfunção temporomandibular, o que me fez perambular por muitos dentistas idem. a questão é que ninguém se junta para decidir o que causou o quê, e minha vida virou um eterno dilema da tostines.
junto com esses dois problemas ótimos só que não, eu passei por vários médicos que me entupiram de antiinflamatórios, só, qu,e legal, eu não tinha inflação. o uso contínuo de antiinflamatórios me causou uma reação autoimune, e se não fosse o fato de eu estar fazendo um milhão de exames o tempo todo, eu não teria descoberto um início de linfoma. é, a vida é boa, só que não.
mas deixemos tudo isso de lado e foquemos no hoje: hoje eu tive uma crise. uma crise daquelas. eu não conseguia nem sequer me mexer de tanta dor. daí minha mãe ligou para minha médica que está viajando, opa! fazer o quê? Ir para o pronto socorro estava fora de cogitação, já que eu passei esse ano todo entrando e saindo dessa merda, e o protocolo é sempre o mesmo: ir à farmácia tomar umas injeçõezinhas de corticoide. nens. 
daí minha mãe decidiu que ia chamar a Ana. 

Ana = A hare krishna que faz massagens na minha mãe. como quem tem dor, tem pressa e eu não estava nem um pouco a fim de discutir meu ceticismo. deixei.

gente, chega a ana.

ana me chega e me manda ficar apenas de calcinha. medo. ana começa a me passar óleos com cheiro de incenso e começa a me massagear. legal. ana pergunta: você faz acupuntura com quem? 
- com a minha médica
- esse médicos acupunturistas não sabem de nada.

ok. mas diguemos que eu prefira deixar a pessoa que me enfia agulhas ter ao menos um diploma. afinal, serve para eu processar alguém, né?

- e remédio, você, toma?
-já tomei vários, agora há alguns meses eu tomo os mesmos
- Alopatia não sabe de nada, esses remédios estão acabando com seu fígado, por isso essas dores todas, vai criando  umas pedras que não dão para ver em exames

muito conveniente, han? não dá para ver em exames, apenas tomando chazinho.

- a questão é que seu corpo está muito danificado, aí o seu iang tenta combater, e aí, ao tentar combater essas coisas, você fica com essas dores...

vou te dar o número do meu hematologista...

- mas, a gente vai cuidar  disso, sabe como é? eu vou te dar uns remédios homeopáticos e você vai colocar tudo para fora. agora deixa eu pedir para sua mãe uma batata.

- q 

Ana pega uma batata corta em rodelas e começa a colocar nas minhas costas. nesse momento eu juro que se eu tivesse condições eu sairia correndo, mas como estava na minha própria cama continuei ouvindo.

- agora você vai fazer o seguinte, você vai repetir "aqui onde eu estou, estou em paz" 

RISOS.

- sabe os médicos  acupunturistas não sabem de nada, você tem suas agulhas? porque eu sou da escola que reutiliza as agulhas, da escola sustentável...

você é da escola onde as pessoas não conhecem AIDS e a vigilância sanitária não chega.

- não, eu não tenho e você não vai me dar agulhada com agulha reutilizável nem fudendo.
- claro que não, trouxe elas aqui novinhas, olha, mas depois você guarda e só você usa.

melhorou bastante.

- agora vamos tirar as batatas e colocar as agulhas, enquanto isso eu vou molhando seu cabelo com essa água quente, você fecha os olhos e repita comigo OOOOOOOHMMMM.

pai, por que me abandonastes?

- isso, sentiu que seu cérebro foi lavado?

você sentiu que você é esquizofrênica?

-agora você vai sentar aqui comigo no chão em posição de yoga e vai meditar OMMHHHHH. agora repita: deus, entre pelo meu corpo, melhore meus fluídos....ZZZZZZZZzzzzz

- pronto. segunda-feira eu volto para continuarmos o tratamento, ok?
.
.
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gente, socorre! eu sei que não deve ser bom para uma mãe ver a filha em sofrimento há quase três anos, mas eu ainda tenho que passar por isso? não bastasse tudo? 

aceito sugestões de como me livrar da hare krishna batateira nos comentários.

25.11.12

É O MONET! É O MONET!

ontem nos reunimos na casa do ícaro para uma despedida. se vocês me perguntarem despedida do quê ou de quem, eu não sei. só sei que toda hora eu falava, gente, hoje é a despedida. no fim, acho que a gente só queria se despedir daquela vodka e daqueles vinhos que sobraram da minha festa de aniversário. enfim, em algum momento alguém teve a brilhante ideia de jogar Perfil. Ai, amigo, se você não sabe qual jogo é o Perfil, joga no google que não serei eu a explicar.



ícaro: É O MONET, É O MONET!
eu: ai, não é não, próximo.

(era o Monet. só que eu tinha lido naquela parte que vem escrito "diga aos jogadores que eu sou uma PESSOA" e fiquei indignada com a intimidade do jogo chamando o Fernando Pessoa só pelo sobrenome)

eu: ai, volta, gente, o ícaro estava certo: é o Monet. Tava aqui achando que era o Fernando Pessoa.

bêbado é triste, viu!






25.10.12

que vida feliz!

acordei às setes horas da manhã muito ansiosa porque hoje era um dia muito importante  e eu achei que teria uma notícia boa sobre meu quadro clínico. descobri que não era bem assim e que deveria voltar daqui a 10 dias. enquanto isso continuaria com as sessões de infiltração. tomei 9 injeções. cheguei em casa muito chateada e com fome, mas a faxineira estava aqui e tinha um encanador no meu banheiro, de modo que a minha mãe já havia tirado a mesa do café. sento para trabalhar e quando vejo um amigo antigo (bem antigo, dos idos dos anos 90) faz um montagem de uma foto minha com uma amiga dele com a chamada "separadas pelo nascimento", achei a menina uó de feia e fiquei com a auto-estima abalada. quando me dei conta estava atrasada para a fisioterapia e o almoço não estava pronto, então só comi um pouco de salada. chegando na clínica, minha fisioterapeuta, que é sempre pontual, atrasou 20 minutos; quando eu cheguei em casa minha mãe já havia tirado a mesa do almoço. fui para internet xingar muito e me lembrei que ontem fui ao shopping fazer umas compras e esqueci uma sandália  em outra loja e tinha que ir lá buscar (isso eu só descobri depois de ligar para todas as lojas em que passei). antes de ir  buscar a bendita sandália eu tinha que passar em um assistência técnica para levar o notebook do meu irmão para consertar. não sabia direito onde era e entrei na contra mão em uma via movimentada. quase que um carro colide comigo de frente. obviamente o cara que quase foi para o céu comigo meteu a mão na buzina e amaldiçoou até a minha quinta geração. ainda atordoada cheguei ao shopping e peguei a sandália. percebi que estava com fome e fui à confeitaria. depois de conjecturar entre um mouse de chocolate e uma trufa, pedi o mouse. na hora de pagar notei que havia esquecido minha carteira. desconsertada falei para a moça que não queria mais e fui embora com os rabinhos entre as pernas. entrei no carro, dei partida e comecei a me perguntar o que eu estava fazendo ali. me lembrei da sandália, e, vejam só: a esqueci na confeitaria. voltei, peguei e fui para a aula de francês. depois de algum tempo na aula não conseguindo prestar a menor atenção porque estava, sei lá, há umas 30 horas sem comer direito e sob efeito de remédios fortes, minha professora me diz que estava sem carro e me pediu uma carona. ela é muito gente boa e eu não vi motivos para não levá-la em casa. ela morava do outro lado da cidade. cheguei em casa e minha mãe não tinha feito janta e a única coisa comível era uma pamonha que eu tive que "requentar". como se o dia já não tivesse ruim o bastante e eu não tivesse passado por tamanho sofrimento, entrei no twitter e li um spoiler de Dexter.


Fim

23.10.12

500 tons de simpatia

já faz três semanas mais ou menos que o assunto na aula de inglês (que só tem mulheres!) é o tal do 50 Tons de Cinza. segunda-feira só foi diferente porque elas estavam falando da continuação (oi?). todas as vezes que esse papo começou eu ficava calada tentando me fazer de invisível. sabe na época da escola que o professor saía fazendo perguntas e a gente só ficava pensando "não me chama! não me chama" porque não ia saber o que dizer? pois é. eu sabia que se algo sobre esse assunto fosse a mim perguntado daria merda, né?
- Marina, você já leu esse livro?
- Não..erm..nunca?
- Se quiser eu te empresto, é muito bom!  
- Não, obrigada. Não leio sublitaratura ruim.


  a cara delas, gente, a cara delas...

9.9.12

as atualizações de corações partidos foram atualizadas.

todo mundo espera o fim do mundo em 2012, mas acho que meu mundo acabou várias vezes esse ano. acabou do tipo que eu achei que ia morrer, não só uma, mas umas 30. e pior, foi a parte de ter CERTEZA que eu ia morrer. e, por fim, hoje, pensar que talvez eu não dure como uma dona canô, mas estamos aí: vivona.

também teve aquele parte horrível de todo mundo começar a desconfiar de mim, dos meus amigos. e aquelas coisas engraçadas de acharem que eu era do crime organizado. RISOS.

e teve um coração partido. um coração partido como nunca antes na história desse país, simplesmente porque nem eu sabia mais que sentiria algo tão forte assim por alguém, de novo, depois de longos anos com o coração ocupado, quase sempre pela mesma pessoa, de várias formas diferentes.

mas esse sentimento apareceu. e, com ele, o maior coração partido dos corações partidos.

porque é um daqueles que a gente nunca vai saber como teria sido, porque, de verdade, nunca foi.


triste, né? eu sei.

15.7.12

quem é o cafetão? o Fabio?

Na casa da Lígia em Brasília

- então a gente pode ir no festival internacional de cinema... vou ler as sinopses do filme

-

- Mona Paparu é húngara e mora na Romênia. Ela deixa a filha pequena com sua tia para poder visitar seu pai na Alemanha. Ela não o via há anos e ele diz estar muito doente. Mas, chegando lá, Mona descobre que o pai está endividado com traficantes. Ele a entrega aos cuidados de dois traficantes de escravas, que a levam para a Inglaterra. Mona termina num elegante porém estranho bordel, o Bibliothèque Pascal, onde as prostitutas são forçadas a agir como personagens de histórias literárias.... hahahahahahahaahhaha

- oi?

- quem é o cafetão desse bordel o fabio camacho?

RISOS!


E não é que o filme é bom, gente?