11.8.10

a vida como ela é...

Conversando com uma colega de trabalho há um tempo, começamos a falar sobre nossa época de colégio, papo vai, papo vem – como Goiânia tem 3 pessoas – acabamos encontrando um conhecido em comum. Lembro que nesse papo ela saltou algo do tipo: “fulano? Nossa, fiquei com ele um carnaval aí, sei lá, tem uns 8 anos.” Engraçado eu não tenho contado mais com ele há uns 9 para mais, enfim.
Fato é que hoje, novamente, no trânsito, começamos a conversar sobre isso, com mais uma colega no carro. Acho que ela tinha me perguntando de onde eu o conhecia. O que segue agora é o relato mais ou menos fiel do que eu disse a elas no carro. Chamemos o dito cujo de J.
“Ah, o J? a gente estudou junto durante o ginásio, 7 e 8 série. Nossa, eu era perdidamente apaixonada por ele, era engraçado. Ele era o menino mais bonito da escola, o mais popular, todas as meninas eram loucas nele, inclusive eu, óbvio. Mas ele não sabia, ele nunca soube, éramos melhores amigos, acredita? A gente vivia junto, o tempo quase todo, ele me ligava, gente, ele me ligava e a gente passava horas no telefone. Teve uma vez, umas férias, eu estava em minas e ele me ligou LÁ, a gente virou a noite no telefone, ele me contando das férias dele, das meninas da sala que ele tinha pego no cinema. Nossa, no encontro de jovens então da São Paulo Apóstolo (oi? Se você é Goiânia e tem mais ou menos a minha idade sabe do que eu falo) a gente ficava lá, toda quarta, sentados na cantina conversando, eu ia para ver ELE, ele ia para pegar alguma menininha. Por que a gente nunca ficou? Porque eu era horrorosa, óbvio. Eu era magrela, dentuça, nerd. Ele era o bonitão. Nossa gente, como eu era apaixonada, como eu sofri. Depois chegou o colegial cada um mudou de colégio o contato foi acabando, se eu me recordo última vez que eu o vi foi em 2001.”
Na hora em que eu contava para as meninas esse relato elas diziam: “mas é claro que ele gostava de você, vocês ficavam o tempo todo junto, homem sempre tem essa bobeira de não querer estragar amizade, sei lá. Você devia ter contado para ele.”
Engraçado, ele nunca soube. Eu nunca contei. Hoje em dia, parando para pensar, acho que todo o carinho que eu tenho por essa escola que eu estudei e sinto tantas saudades é por causa dele, pelo sentimento que eu tinha por ele, que eu nunca contei, que ele nunca soube.
Ele nunca soube que eu cheguei a sonhar com ele naquela época, e que no sonho ele me beijava. Eu acordei recordando o GOSTO do beijo dele. Gente, quantas pessoas eu beijei? Quantas pessoas me beijaram? Não consigo lembrar do gosto delas, mas desse beijo, eu lembro perfeitamente. O BEIJO QUE EU NUNCA DEI.
Eu não sei o que me deu hoje, mas quando eu desci do carro, depois de contar essa história o sentimento estranho que eu senti ao lembrar disso, sério, eu até CHOREI! (patético, né?)
E é claro que eu procurei ele no Orkut E ACHEI!. Ele ta casado. Não casado de zueira, casado mesmo, com álbum do casamento e na comunidade “eu encontrei meu amor da vida toda”.
Eu não.
E olhando a foto dele, relembrando de como ele é, a única coisa que passa pela minha cabeça é que eu meio que esperei por ele inconscientemente. REALLY. Me internem, gente. Eu não sou normal.