8.12.05

Legalização do aborto, já!

A última história do blog da Paulinha me deixou um pouco assustada. Confesso que eu nunca gostaria de presenciar alguém colocando uma criança de 5 meses para fora. Mas isso ao invés de mudar o meu discurso sobre o aborto, só fez aumentar a minha vontade de ser uma ativista no assunto.

Eu não sei porque diabos o aborto é crime. Quer dizer, até sei. Mas é tão ridículo o motivo, que realmente não entra na minha cabeça. Ai meu Deus é uma vida que você ta matando; a criança não tem culpa da burrice alheia; o Estado não pode ficar pagando para mulheres matarem os seus bebês. Bullshit.

Isso é puro sensacionalismo. Eu, particularmente acho, que o que o Estado não pode fazer é obrigar alguém a ter um filho, se ele não cumpre o papel de dar, pelo menos, o mínimo possível. E também acho lobby religioso um desaforo. E daí que a maioria do Brasil seja católica e que para os católicos aborto seja crime? Esse fato se dá mais por acidente histórico do que por qualquer outro motivo. E daí que para os espíritas seja a reencarnação de alguém? Foda-se! E os ateus? Como é que fica?
E outra, o Estado é laico - ou pelo menos deveria ser.

Aí eu faço um discurso assim, e geral sai achando que o que eu quero é comprar uma 38 e sair atirando em crianças. E não é essa a questão. Eu não sou uma homicida em potencial. O problema é que pobre se fode enfiando citotec em qualquer buraco, enquanto todo mundo sabe que é só ter grana, que o aborto é feito pelo próprio ginecologista.

E é óbvio que eu não quero que o aborto seja banalizado. Ninguém merece ser uma Dercy Gonçalves da vida que se gaba de falar que fez 150 abortos.
Se estivesse nas minhas mãos a oportunidade de ser a redatora da lei, seria mais ou menos assim:

- Toda a mulher tem direito assegurado por lei de interromper a gestação até o terceiro mês , quando o embrião ainda não virou feto.

- Tem que ser maior de idade, ou com autorização dos pais.

- Tem que ter a autorização do pai da criança, se ele não aparecer para autorizar ou não autorizar, prevalece a vontade da mãe

- Depois do aborto a mulher deve ter ajuda psicológica, e esclarecimento preventivo.

- Reincidentes no SUS não serão aceitas.

- Só poderá ser feito abortos - particulares ou públicos - com médicos especializados.


Pronto. Além de diminuir o gasto com abortos mal feitos. Geraria mais emprego, menos acidentes, menos mães que não podem criar um filho com tudo que ele exige. Agora pensar: "ah se eu tivesse sido abortado", "ah se meu sobrinho tivesse sido abortado". Isso é pensar de uma maneira muito mais individualista, do que alguém que tira uma criança

Garanto que se fosse legal o que eu falei, não teria acontecido o que aconteceu na pensão da Paulinha. E não existiria uma criancinha de 5 MESES, tentando ficar viva! Porque isso sim é muito triste.

Não sou assassina de crianças. Nunca fiz aborto, mas também nunca fiquei grávida em situação adversa. Mas eu tive a oportunidade de ter educação, e quem não teve?

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