Você ainda quer dançar comigo?

O problema é que eu nem sei qual é o problema mais. Só sei que tem essa bola de pelo presa na minha garganta, querendo sair, querendo ir embora, querendo explodir feito uma bomba. Querendo não sei mais o que, só querendo deixar de atrapalhar o meu ar, que some todas as vezes que eu crio coragem de falar foda-se, e te dizer tudo o que eu sinto. Mas você não quer escutar, não quer me escutar, tem medo de mim. Eu sei. Ultimamente eu tenho me comportado feito idiota, tantas vezes idiota, mil vezes idiota. Que até eu teria medo de alguém igual a mim. Ultimamente eu tenho vivido na linha tênue que separa a sanidade da normalidade. Bobeando de lá para cá, ora querendo ser normal, mas a normalidade é chata, incomoda, e às vezes, quando a noite cai, só me lembra que no outro dia vai começar tudo de novo, a eterna falta do que falar, a eterna falta do que fazer. E eu pulo pro lado de lá, fazendo coisas que não combinam comigo, esculhambando com tudo, porque pelo menos tem intensidade. E eu preciso de intensidade para viver (maldito signo de escorpião) tudo tem que ser sempre tão intenso, e acaba sendo. Intenso do pior jeito, do jeito ruim. Que só me faz desabar. Todas as vezes que o mundo desaba você ta do meu lado, ali, sempre mostrando que o importante sou eu me sentir bem. E quando é com você eu faço é te afundar mais. Porque eu sou egoísta, e na maioria das vezes não consigo ser diferente. E aí eu fico aqui, ouvindo a Fiona dizer: ?Only kisses on the cheek from now on And in a little while, we'll only have to wave My hand won't hold you down no more The path is clear to follow through I stood too long in the way of the door?. E tudo desaba de novo. E eu fico aqui sem você. Sem sono, sem nada.